segunda-feira, 4 de abril de 2016

ALIMENTO E AMOR OFERTADOS AOS NOSSOS ALUNOS


Todos os dias milhões de crianças no Brasil recebem a merenda escolar. São crianças que muitas vezes se alimentam apenas nas escolas. Com a criação do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE (em junho de 2009), a oferta de merenda passou a abranger as crianças a partir dos três meses de idade até aos adultos matriculados na Educação para Jovens e Adultos – EJA.

Uma atenção especial deve ser dada aos alimentos que consumimos no nosso dia a dia. Afinal, somos o reflexo do tipo de alimentação de temos, que irá influenciar no nosso desenvolvimento físico, mental e intelectual.

Visando a melhoria da qualidade da merenda escolar a Prefeita de Guarujá, Maria Antonio de Brito aderiu, em 2010, ao PNAE. Guarujá foi o primeiro município da região da Baixada Santista, e um dos primeiros do Estado de São Paulo, a aderir ao Programa e implementar a utilização de produtos fornecidos pela agricultura familiar. Na época, a rede de ensino público da cidade atendia cerca de 40 mil estudantes da educação infantil e ensino fundamental. Hoje, a oferta é para 70 mil estudantes da rede municipal, estadual e conveniadas, desde a creche ao EJA.

A agricultura familiar produz cerca de 80% dos alimentos no mundo, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação – FAO, emprega cerca de 500 milhões de trabalhadores rurais e fornece alimentos para boa parte das escolas públicas em todos os países do mundo.

São pequenos produtores que diversificam e utilizam o trabalho familiar, contribuem para a manutenção dos recursos naturais, garantindo a sustentabilidade de nosso planeta, além de combater a fome, preservar o cultivo de alimentos tradicionais e oferecer crescimento da economia e da cultura local.

No Brasil, a agricultura familiar produz mandioca, feijão, milho, arroz, leite, carnes, aves, verduras, frutas etc. que são utilizadas no fornecimento da merenda escolar. Mas não basta a agricultura familiar fazer a sua parte. Nem mesmo aos gestores aderirem aos programas instituídos pelos governos. É preciso que entre em cena duas profissionais que irão valorizar ainda mais todo esse processo.

A primeira profissão em destaque é a da nutricionista, que é responsável pelo cardápio oferecido aos alunos, tanto na quantidade como nos valores nutritivos para cada faixa etária. A variação do cardápio, bem como a substituição de um alimento por outro sem a perda da qualidade nutritiva, também é orientada pela nutricionista, assim como os temperos corretos para cada alimento.

A segunda profissão em destaque é a da merendeira, responsável pelo preparo da alimentação a ser fornecida aos alunos. São elas que irão manusear os alimentos, de acordo com as orientações nutricionais, para manter a qualidade da merenda escolar. É um trabalho feito com amor, pois as merendeiras sabem muito bem que muitas crianças só se alimentam na escola.

As merendeiras é que fazem a diferença no processo, pois são de suas mãos que nossas crianças, jovens e adultos, recebem a dedicação, o carinho, o amor de quem trabalha para manter a boa alimentação de nossos estudantes. São pessoas simples, donas de casa, que sabem a importância da alimentação equilibrada, com horários certos e com qualidade. É importante sempre ressaltar o trabalho feito pelas merendeiras que cuidam do armazenamento e da refrigeração correta dos alimentos dentro das escolas.

Como Secretária de Educação de Guarujá, sei bem que quando se alia políticas públicas aos incentivos a produtores locais, à orientação técnica e ao carinho essencial na preparação da merenda, o resultado só poderá conceber uma nova geração de pessoas, que bem alimentadas, serão capazes de enfrentarem a maratona escolar que o dia a dia apresenta.


Priscilla Bonini Ribeiro
Conselheira Estadual de Educação do Estado de São Paulo
Secretária de Educação de Guarujá