Um novo artigo que refleti sobre o Retrocesso Pandêmico na Educação foi publicado nos jornais e portais:
. Diário de Taubaté (SP). Jornal Cruzeiro do Sul (SP). JCNET (SP). BoqNews (SP). Portal Segs (SP). Alto Tietê Grupo Agora (SP). EI Diário (SP). Suzano 24 horas (SP). Suzano TV (SP). Portal Atibaia News (SP). JFP Notícias (MG). Gazeta Regional (SP). Poços Entre Aspas (MG).Obrigada à imprensa pelo espaço, por permitir que tais reflexões sobre a área de Educação estejam à disposição dos leitores.
Disponibilizo abaixo o texto na íntegra:
RETROCESSO PANDÊMICO NA EDUCAÇÃO
Para um país se desenvolver de forma sustentável, a educação deve ser prioridade, se sobrepondo às bandeiras partidárias, ideológicas ou mercadológicas.
As grandes mazelas no sistema educacional brasileiro foram objeto de inúmeras pesquisas para diagnóstico e soluções. No entanto, sabe-se que educadores e gestores se sentem impotentes diante de um sistema que parece fixar entraves para prejudicar os avanços educacionais.
Antes da pandemia, lutávamos para que o PNE 2020 (Plano Nacional da Educação) -- um importante avanço educacional na última década -- pudesse se tornar realidade. Embora grande parte das metas não haviam sido alcançadas, o Brasil caminhava neste sentido, apesar da defasagem histórica. Fiz parte do processo de elaboração do PNE de Guarujá e do Plano Estadual de Educação, e sei da relevância desse processo.
Diante de tantas adversidades e realidades tão distintas em nosso país, fomos surpreendidos com os desafios que o coronavírus nos impôs. Inclusive, no artigo “As crises da pandemia”, publicado em abril de 2020 (https://priscillamboniniribeiro.blogspot.com/2020/04/as-crises-da-pandemia.html), discorri sobre como um vírus poderia transformar tão repentinamente nossa realidade e, naquele instante, não imaginávamos quantas perdas nos afligiriam, tudo o que passaríamos desde então.
Cerca de 1,5 bilhão de estudantes em todo o mundo foram impactados com o fechamento das escolas no ano passado. Educadores, gestores, alunos e famílias precisaram se reinventar, utilizando diversos recursos para conectar alunos com o conhecimento. No entanto, a falta de acesso à internet, os níveis diferentes de suporte familiar, as desigualdades sociais e de vulnerabilidade resultaram em barreiras de exclusão.
Segundo estudos citados no 2º Relatório Anual de Acompanhamento do Educação Já, da organização Todos pela Educação, há previsão de que a pandemia trará perdas de aprendizagem, prejuízos ao desenvolvimento estudantil na educação básica, aumento de evasão e redução da escolaridade, entre outros impactos. É imperativo considerarmos outras demandas, como as questões socioemocionais por exemplo, que ampliam a necessidade de um olhar atento.
É preciso resetar nossa compreensão de educação, implementar processos avaliativos que indiquem o desempenho do aprendizado e colocar em prática metodologias para a recuperação dos conteúdos e competências. Conhecendo o passado e entendendo o presente podemos traçar novas diretrizes.
Não podemos deixar de acreditar na força da educação, porém, sem estabelecê-la como prioridade, será ainda mais impraticável priorizar medidas e estratégias para a retomada do curso evolutivo da educação em nosso país.
O maior desafio pós-pandemia será superar um déficit educacional composto, ou seja, um déficit pandêmico aplicado sobre um déficit educacional que já existia antes.
Priscilla Bonini Ribeiro é educadora, doutora em Tecnologia Ambiental, mestre em Educação e diretora-geral da Unaerp Campus Guarujá. |
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