Todos os dias milhões de crianças no Brasil recebem a merenda escolar.
São crianças que muitas vezes se alimentam apenas nas escolas. Com a criação do
Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE (em junho de 2009), a oferta de
merenda passou a abranger as crianças a partir dos três meses de idade até aos
adultos matriculados na Educação para Jovens e Adultos – EJA.
Uma atenção especial
deve ser dada aos alimentos que consumimos no nosso dia a dia. Afinal, somos o
reflexo do tipo de alimentação de temos, que irá influenciar no nosso
desenvolvimento físico, mental e intelectual.
Visando a melhoria
da qualidade da merenda escolar a Prefeita de Guarujá, Maria Antonio de Brito
aderiu, em 2010, ao PNAE. Guarujá foi o primeiro município da região da Baixada
Santista, e um dos primeiros do Estado de São Paulo, a aderir ao Programa e
implementar a utilização de produtos fornecidos pela agricultura familiar. Na
época, a rede de ensino público da cidade atendia cerca de 40 mil estudantes da
educação infantil e ensino fundamental. Hoje, a oferta é para 70 mil estudantes
da rede municipal, estadual e conveniadas, desde a creche ao EJA.
A agricultura
familiar produz cerca de 80% dos alimentos no mundo, segundo dados da
Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação – FAO, emprega
cerca de 500 milhões de trabalhadores rurais e fornece alimentos para boa parte
das escolas públicas em todos os países do mundo.
São pequenos
produtores que diversificam e utilizam o trabalho familiar, contribuem para a
manutenção dos recursos naturais, garantindo a sustentabilidade de nosso
planeta, além de combater a fome, preservar o cultivo de alimentos tradicionais
e oferecer crescimento da economia e da cultura local.
No Brasil, a
agricultura familiar produz mandioca, feijão, milho, arroz, leite, carnes,
aves, verduras, frutas etc. que são utilizadas no fornecimento da merenda
escolar. Mas não basta a agricultura familiar fazer a sua parte. Nem mesmo aos
gestores aderirem aos programas instituídos pelos governos. É preciso que entre
em cena duas profissionais que irão valorizar ainda mais todo esse processo.
A primeira profissão
em destaque é a da nutricionista, que é responsável pelo cardápio oferecido aos
alunos, tanto na quantidade como nos valores nutritivos para cada faixa etária.
A variação do cardápio, bem como a substituição de um alimento por outro sem a
perda da qualidade nutritiva, também é orientada pela nutricionista, assim como
os temperos corretos para cada alimento.
A segunda profissão
em destaque é a da merendeira, responsável pelo preparo da alimentação a ser
fornecida aos alunos. São elas que irão manusear os alimentos, de acordo com as
orientações nutricionais, para manter a qualidade da merenda escolar. É um
trabalho feito com amor, pois as merendeiras sabem muito bem que muitas
crianças só se alimentam na escola.
As merendeiras é que
fazem a diferença no processo, pois são de suas mãos que nossas crianças,
jovens e adultos, recebem a dedicação, o carinho, o amor de quem trabalha para
manter a boa alimentação de nossos estudantes. São pessoas simples, donas de
casa, que sabem a importância da alimentação equilibrada, com horários certos e
com qualidade. É importante sempre ressaltar o trabalho feito pelas merendeiras
que cuidam do armazenamento e da refrigeração correta dos alimentos dentro das
escolas.
Como Secretária de
Educação de Guarujá, sei bem que quando se alia políticas públicas aos
incentivos a produtores locais, à orientação técnica e ao carinho essencial na
preparação da merenda, o resultado só poderá conceber uma nova geração de
pessoas, que bem alimentadas, serão capazes de enfrentarem a maratona escolar
que o dia a dia apresenta.
Priscilla Bonini Ribeiro
Conselheira Estadual
de Educação do Estado de São PauloSecretária de Educação de Guarujá