(Artigo publicado em dezembro de 2008, em virtude
de reportagem sobre violência nas escolas)
Semanas atrás, uma notícia chamou a atenção de pais
e educadores. Depois de uma briga entre alunas, uma escola foi depredada em São Paulo , revelando um
índice cada vez mais preocupante de agressividade que ronda nossos
estabelecimentos de ensino.
A melhor forma de se combater a violência na escola
está dentro de nossos lares. As crianças devem encontrar em sua casa ao menos
um refúgio que combata a desumanização gerada pelo ambiente externo, com alta
vulnerabilidade social. Só a família onde o amor não foi banalizado consegue
neutralizar os males que são causados pela "pobreza" de afeto, de
atenção, e muitas vezes de dinheiro e de acesso à Educação.
Dados do IBGE demonstram que o índice de divórcios
no país aumentou na última década, mas essa mudança na sociedade brasileira não
pode justificar a destituição do poder agregador da família. Uma criança pode
ser amada e ter princípios sólidos mesmo com pais separados, basta que o
relacionamento entre os pais ofereça o conforto necessário aos filhos.
Um lar pode ter mamãe e papai morando juntos ou
separados, pode ter vovô e vovó, irmã e irmão na mesma casa, não importa sua
configuração, a família deve preservar a característica de "lar".
Lembro-me do medo e angústia que senti ao educar meus filhos na época em que me
separei. Comecei com um pequeno, porém significativo, gesto: coloquei uma
plaquinha na porta de nosso novo lar: "Aqui mora uma família feliz...
nunca se esqueça ao passar por esta porta que a vida é um presente de Deus".
Naquela placa, visualmente, demonstrei aos meus
filhos que nosso lar não havia sido destruído, que continuávamos a ser uma
família, só que agora em novo formato. Confesso que nem tudo foi um mar de
rosas, mas sobrevivemos preservando o amor.
Por isso, os pais precisam dedicar parte de seu
tempo para estar mais com os filhos, para dar-lhes atenção, para ouvi-los,
trocar experiências e observar comportamentos agressivos. Esse tempo juntos,
com qualidade, certamente é a ferramenta necessária para uma educação para a paz
na sociedade.
E nessa vivência entre pais e filhos é possível
também observar alguns comportamentos que podem servir de alerta para a
prevenção da violência: 1. Crueldade com animais; 2. Ironia com professores e
adultos, com rejeição à autoridade; 3. Desempenho escolar baixo, desinteresse
pelos estudos e faltas contínuas; 4. Estar frequentemente envolvido com brigas;
5. Reações de raiva e violência a críticas ou decepções; 6. Crianças que acham
a vida injusta e culpam os outros por seus problemas; 7. Gosto por filmes ou
games violentos; 8. Crianças que têm poucas amizades e frequentemente são
rejeitadas pelos colegas; 9. Crianças que possuem amigos indisciplinados ou
agressivos e 10. Crianças ou adolescentes que bebem álcool ou usam drogas.
A partir dessas 10 dicas, gostaria de alertar as
famílias para observarem suas crianças e adolescentes para que, dessa forma,
possamos contribuir para a diminuição da violência em nossa sociedade.
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