Artigo publicado no jornal A Tribuna,
edição de 2 de agosto de 2020,
coluna "Marcas da Pandemia"
O novo normal está se concretizando aos poucos. As cidades vão reabrindo, buscando a retomada da atividade econômica, e a população precisando reaprender a viver nesse contexto da pandemia, que ainda exige cuidados com a saúde individual e coletiva. Aqui no Brasil, país continental bonito por natureza, as realidades da quarentena foram completamente diferentes em cada canto de nosso território, e na Educação não foi diferente. Mas o que não mudou foi a resiliência de todos aqueles realmente engajados na missão de Educar.
Embora ainda tivéssemos cenários díspares nos rincões do Brasil, de uma certa forma a Educação já vinha se apropriando das tecnologias de informação e comunicação antes da pandemia. Mas vivenciamos uma mudança drástica e sem precedentes mediante o risco do novo coronavírus.
Os espaços educacionais, ou seja, as creches, as escolas, colégios e instituições de ensino superior – dedicados a transmitir o beabá, ao desenvolvimento cognitivo, a oferecer um ambiente socializador, a desenvolver habilidades e competências e a permitir a transformação do indivíduo para um futuro melhor – tiveram de ser fechados. Alunos e suas famílias precisaram se moldar a essa necessidade de distanciamento e buscaram mecanismos para manter os estudos, infelizmente nem sempre acessível a todos. E os professores, protagonistas desse ensino, foram levados a um novo modelo de transmissão de conhecimento, com a tecnologia mediando essa relevante relação docente-aluno.
É na crise e na ruptura que a humanidade vem desenvolvendo tecnologias e novos hábitos para vencer as adversidades. E a pandemia também é este momento, de nos reinventarmos nas nossas práticas, de ampliar os conhecimentos em outras áreas, de encantarmos ainda mais com nosso ofício de educar. Definitivamente, nada será igual.
Os desafios estão sendo e serão inúmeros, mas juntos estamos lutando e nos adaptando. As palavras de ordem neste momento tão complexo são a empatia, a resiliência, a adaptação e a colaboração. Existem dias que estamos mais otimistas, e em outros parecem amanhecer nublados. E nesses dias nublados, precisamos refletir, olhar para o céu e ver que as nuvens existem, mas que são passageiras.
O desafio de fazer acontecer é nosso, de educadores, alunos, instituições, autoridades, sociedade... é de cada um, é de todos nós, o desafio é nosso! Espero que essa fase de nossa história tenha reflexos positivos na valorização do professor, pois eles inspiram, alimentam a semente do aprender em cada um de seus alunos. Que a sociedade perceba e valorize a importância deles para a construção da cidadania, no crescimento de indivíduos conscientes de seu papel e no desenvolvimento de nosso País. Que possamos acreditar ainda mais na força da Educação, e que juntos possamos construir uma nova realidade.
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